Do you speak English?

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Em 2018 a EF (Europeiska Ferieskolan) divulgou um relatório que mediu o índice de proficiência em inglês de pessoas de 88 países e regiões ao redor do mundo. De acordo com os organizadores da pesquisa, “Trata-se de um teste padronizado com pontuação objetiva, desenvolvido para classificar as habilidades linguísticas dos participantes em um dos seis níveis estabelecidos pelo CEFR (Common European Framework of Reference / Quadro Europeu Comum de Referência)”. Nesse ranking o Brasil ficou em 53° lugar, uma queda significativa comparada à posição de 2017 que foi 41°. Para mais informações sobre o teste é só clicar aqui.

Bem, o resultado, apesar de bastante desanimador, não é nem um pouco surpreendente. Não é novidade alguma que o nosso país, por múltiplos motivos, não se destaca pela habilidade do seu povo de se comunicar em uma segunda língua. Essa é uma das razões de eu sempre questionar artistas nacionais que atuam no Brasil, mas que optam por compor músicas em inglês. Na realidade Brasileira, compor em inglês me parece uma forma certeira de tornar a sua mensagem inacessível para uma grande parcela da população.

Eu sei que esse é um assunto polêmico, pois questionar decisões artísticas alheias é complicado, fica parecendo que estamos ditando regras e querendo impor nossas preferências pessoais sobre o processo criativo dos outros, por isso gostaria de deixar bem claro que não é essa minha intenção. Na verdade, o objetivo das minhas críticas e questionamentos não é impor regra alguma, muito menos desrespeitar a liberdade criativa alheia, mas sim propor uma reflexão a respeito das razões que levam compositores brasileiros a compor em uma segunda língua. Deixo aqui algumas perguntas e fico aberto às respostas, pois esse assunto realmente me intriga:

Será que ao compormos em outro idioma não estamos alienando um grande número de fãs em potencial? Será que compor em inglês realmente nos deixa mais preparados para “conquistar o mercado internacional”? Será que ao compormos em uma língua que não é nossa língua materna, nós não perdemos um pouco da nossa habilidade poética? Será que a ideia de que a língua inglesa é “mais musical” ou “funciona melhor para o rock” é mesmo uma realidade ou simplesmente um mito?

Como vocês devem ter notado eu tenho muitas perguntas e poucas convicções sobre esse assunto. Imagino que futuramente essa pauta ainda resurgirá por aqui. Até lá be safe, take care and keep on rocking my friends!