Isso mesmo, o melhor período da história para os apreciadores de música é o “hoje”. Isso pode soar estranho, ainda mais quando nós mesmos falamos “música boa era na década de 70, 80”, mas lhes digo, isso é uma ilusão emocional.
Pois bem, primeiramente temos que separar “o que é mainstream” do “o que a gente gosta”. O que era mainstream nos anos 70 não é o mesmo tipo de música mainstream de hoje, isso é um fato. Ainda assim há rádios especializadas no estilo que cada pessoa goste, no nosso caso, peguemos o rock.
“Então Wagner, eu ouço a rádio rock, e ainda assim falo que música boa era na década de 70 ou 80.” Ok, eu também ando sintonizando a rádio rock pra saber das “novidades” e confesso que gosto de 5% da programação, e desses 5%, quase tudo é de música antiga. O “mainstream” do rock de rádio dos dias atuais não me apetece.
“Então sua tese já caiu, encerra o texto agora, apaga que da tempo!” Calma!
Antigamente a gente dependia de ouvir uma música no rádio, saber quem era, ir numa loja, comprar o disco. Pedir opinião pro vendedor, se ele conhecia algo na mesma vibe, e conhecer também os menos famosos. Conhecer os discos que os amigos compravam, fazer cópias em k7, se amássemos muito as músicas, comprávamos o LP pra nós mesmos. Era um ritual difícil, mas hoje… Hoje temos facilidades.
Você gosta de rock estilo “clássico”, Spotify, Deezer e todas as plataformas digitais tem milhares de bandas boas na mesma vibe. Hard rock “deep purplizado”, progressivo “raiz”, coisa de muita qualidade, desde que você resista a tentação de colocar Queen, AC/DC ou Pink Floyd no “repeat”. E não torça o nariz para aquele “link” de uma banda que encantou seu amigo, clique no “play” de coração aberto!
Extrapolando, se você não é do rock, curte jazz, curte música latina, curte ritmos caribenhos, curte música da Mongólia, está tudo a disposição, o que você tem que fazer é escolher seu caminho e deixar os algoritmos ou playlists te levarem.
Muita música de qualidade, fácil e disponível. É, sem dúvida, a melhor era da história pra quem gosta de música. Agora, pra quem toca…
Pra quem faz… Pois é, da mesma forma que a oferta de música é enorme, a competição é gigantesca. Hoje em dia é bem mais difícil se fazer ouvir, pela quantidade imensa de músicos fazendo músicas como as suas. A chance da sua música chegar no ouvido de quem ia amá-la e amoldurar um verso na parede do quarto são mínimas: essa pessoa existe, mas ela está no mar com milhares de outras músicas e pode ser que a sua nunca chegue no “play” dela. Se o jabá pra tocar na rádio mandava na era dos álbuns físicos, não é muito diferente de hoje, mas, de qualquer forma, isso não é problema pra quem ouve. Pra quem ouve, o momento de ouro é agora! Pra quem toca, que tenha prazer fazendo, pois sempre vai ter aquela pessoa, aquela alma singular, que vai ouvir sua música e, de alguma forma, será tocada pela vida.
Bom, minhas dicas de músicas “não antigas” no Youtube pra você procurar depois nas plataformas de música:
The Warning – Dust to Dust
https://www.youtube.com/watch?v=TeIbG8nkOiU
Ado – Pinga com Leitão
https://www.youtube.com/watch?v=OCGZgndAVNE
Sinistra – Quem é Você?
https://www.youtube.com/watch?v=z6c0V0uJG5k
Elephant Casino – A Stranger With No Name
https://www.youtube.com/watch?v=pyQ5sLNLFGs
Kamboja – Loco-Motiva
https://www.youtube.com/watch?v=bNL5y3FYaEU
The Main Squeeze – Piranha
https://www.youtube.com/watch?v=f4LyGjXP86U
Bom, agora é com vocês, quem reclamar que “não se faz música como antigamente” vai tomar voadora no peito!
Wagner “Stormbringer” Felix
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